Zak Brown, CEO da McLaren Racing, revelou três razões principais para as lutas passadas da Fórmula 1 na América.
Zak Brown revela razões por trás da relutância americana à Fórmula 1
A Fórmula 1 teve uma presença intermitente nos Estados Unidos desde sua temporada inaugural em 1950. No entanto, foi preciso uma pandemia global e uma série documental da Netflix para finalmente conquistar o cobiçado mercado americano.
Por quê? Bem, o CEO da McLaren Racing, Zak Brown, acredita que há várias razões.
A Fórmula 1 busca um público americano dedicado há décadas. Em 1950, quando o esporte estava montando seu primeiro Campeonato Mundial, havia apenas um evento não europeu digno de inclusão no calendário: as 500 Milhas de Indianápolis. Mas isso escondia problemas contínuos com a F1 nos EUA: frequentemente carregava grandes mal-entendidos sobre o público americano, vendo-o mais como um símbolo do que como uma base de fãs verdadeiramente engajada.
Pistas queridas como Watkins Glen e Long Beach fizeram muito para transformar a forma como os americanos percebiam a Fórmula 1, mas, infelizmente, esses eventos falharam em comandar o tipo de permanência que caracterizou eventos em pistas como Spa-Francorchamps ou Silverstone. Foi somente com a série documental da Netflix, Drive to Survive, que ajudou muitos americanos a passar o tempo durante os períodos de paralisação associados à pandemia de COVID-19, que o esporte começou a encontrar um ponto de apoio genuíno em um país que tentava há tanto tempo conquistar.
Mas o que causou essa desconexão? Por que o público americano era tão difícil de engajar?
Em uma participação no podcast How Leaders Lead with David Novak, o CEO da McLaren Racing, Zak Brown, apontou "três razões principais" por trás da crônica falta de popularidade do esporte na América.
As três razões principais de Brown:
- Falta de Localização Permanente: "Nós nunca encontramos realmente um local permanente, datando dos anos 70," explicou Brown. "Você estava em Long Beach, depois em Watkins Glen, depois em Dallas, depois em um estacionamento em Vegas por dois anos, depois em Phoenix." A mudança repetida de locais tornou difícil para a F1 encontrar um verdadeiro ponto de apoio nos Estados Unidos, impedindo os fãs de fazerem grandes conexões com o esporte.
- Longos Períodos sem Presença na América: Brown apontou outro problema: uma completa falta de corridas de F1 na América. "Então você tirava cinco, seis, sete, oito anos de folga," disse ele. "Não havia Fórmula 1 na América do Norte. Então voltamos para Indianápolis. Então tivemos o 'tiregate', como chamamos, então não fizemos um bom show. Então desaparecemos novamente. Você não vai ter nenhum esporte popular na América do Norte se não estiver lá ou se não tiver um histórico de datas ou locais."
- Elitismo e Falta de Engajamento com Fãs: Além dos desafios logísticos, Brown identificou uma preocupação mais fundamental na F1: seu elitismo. "Também éramos um esporte que era muito exclusivo, ou percebido como muito exclusivo e não muito inclusivo," admitiu. "É aí que, quando a Liberty entrou e adquiriu o esporte, eles pensaram: 'Uau, o esporte é enorme, mas não interage com sua base de fãs como a NBA, a NFL, a MLB, até mesmo a Premier League.'" A falta de uso das mídias sociais criou uma distância significativa entre os pilotos e os fãs. Com a aquisição pela Liberty Media e a chegada da Netflix, eles começaram a "permitir que as pessoas vissem os bastidores", o que levou a uma maior abertura e engajamento.
Brown concluiu observando que a F1 aprendeu e continua aprendendo que o esporte também é entretenimento. "Eu acho que o esporte agora abraçou o fato de que há um aspecto de entretenimento no que fazemos, e os fãs estão respondendo de acordo."