Fernando Alonso: Desempenho que Desafia a Idade aos 44 Anos na F1
Na última terça-feira, Fernando Alonso celebrou seus 44 anos. Três dias depois, necessitou de uma injeção para estar apto para o Treino Livre 2 no Grande Prêmio da Hungria, após ter pulado a primeira sessão. O motivo? Dor nas costas – algo esperado para sua idade.
Mesmo assim, o mesmo Alonso colocou seu carro em quinto no grid e manteve a posição por 70 voltas com uma pilotagem taticamente astuta. O que impressiona ainda mais é que o orgulhoso espanhol é o piloto mais velho da Fórmula 1 em meio século, desde que Graham Hill, aos 45 anos e também bicampeão mundial, participou das primeiras provas da temporada de 1975.
Alonso: "Este estilo de vida não é para todos"
Com um recorde de 415 largadas em Grandes Prêmios, Alonso sabe quais batalhas valem a pena. No domingo, ele frequentemente cedeu a oponentes mais rápidos para economizar tempo e pneus, fazendo sua estratégia de uma parada funcionar perfeitamente. Como um velho samurai tatuado, ele luta apenas as batalhas que pode vencer. São as lições de uma vida vivida no limite.
"Este estilo de vida não é para todos", disse Alonso recentemente em um tom místico em um novo comercial de um dos parceiros da equipe Aston Martin. "Mas eu não trocaria por nada neste mundo."
Por que isso importa: Alonso, aos 44 anos, continua a ser um dos pilotos mais competitivos do grid, demonstrando que a experiência e a dedicação podem superar as limitações físicas da idade.
O quadro geral: Alonso passou mais da metade de sua vida na Fórmula 1. São incríveis 22 anos desde sua primeira vitória em um Grande Prêmio – no Hungaroring, pela Renault. Dois anos depois, conquistou o primeiro de seus campeonatos mundiais consecutivos com a equipe francesa.
Foi uma era diferente, uma F1 diferente – e, ainda assim, Alonso já estava lá. Curiosamente, ele nunca mais venceu em Budapeste após aquela primeira vitória, mas o circuito ainda desempenhou um papel decisivo em sua carreira.
Sempre Budapeste – 2003, 2007, 2021, 2022...
Em 2007, ele bloqueou infamemente seu companheiro de equipe na McLaren, Lewis Hamilton, no pitlane durante a classificação – um incidente tornado ainda mais memorável pela confrontação entre o fisioterapeuta de Alonso, Fabrizio Borra, e um furioso Ron Dennis. Borra, um companheiro de longa data de Alonso, faleceu em maio, o que afetou profundamente o espanhol.
O mais recente renascimento de Alonso começou em 2021, quando ele retornou à F1 após uma pausa de dois anos. A Hungria foi onde ele lembrou a todos que ainda tinha o que era preciso, segurando carros mais rápidos – especialmente a Mercedes de Lewis Hamilton – por várias voltas para ajudar seu companheiro de equipe na Alpine, Esteban Ocon, a conquistar sua primeira vitória em um Grande Prêmio.
Um ano depois, nos bastidores em Budapeste, Alonso e seu amigo Mark Webber orquestraram dois movimentos cruciais: o protegido de Webber e piloto reserva da Alpine, Oscar Piastri, garantiu uma vaga na McLaren, enquanto Alonso também assinava com a Aston Martin.
Agora languidada no fundo do campeonato de construtores, a Alpine pagou um preço alto por sua indecisão. Sob Laurent Rossi, a liderança não conseguiu se decidir entre Piastri e Alonso. No final, a equipe perdeu ambos. Em 2025, um está liderando o campeonato mundial, e o outro espera liderar na era das novas regras.
O dramaticamente melhorado desempenho da Aston Martin no Hungaroring foi um sinal promissor nesse contexto. A equipe não entende bem como suas máquinas verdes acabaram tão perto da pole position após largar em último em Spa-Francorchamps, mas isso mostra seu potencial.
O bilionário proprietário da equipe, Lawrence Stroll, construiu a equipe de forma constante e metódica com recursos praticamente ilimitados, contratando talentos de ponta como o novo diretor de equipe Andy Cowell – anteriormente responsável pelo domínio dos motores da Mercedes na era turbo híbrida –, que será fundamental para integrar as unidades de potência Honda a partir de 2026, ao lado do lendário designer Adrian Newey. Isso é além de uma fábrica de última geração com um túnel de vento novíssimo.
O sucesso na próxima temporada não seria surpresa, e se um piloto da Aston Martin estiver ao alcance de um campeonato mundial, claramente será Alonso, não Lance Stroll. Caso o veterano conquiste um terceiro título – que a maioria no paddock consideraria atrasado –, ele pode querer passar o bastão para alguém como seu amigo Max Verstappen e dar um passo para trás. Afinal, a extensão contratual mais recente de Alonso foi efetivamente um acordo de aposentadoria que o vincula à organização a longo prazo.
Também um olheiro com Bortoleto
Talvez Alonso já esteja preparando sua própria sucessão, atuando como empresário de Gabriel Bortoleto. No GP da Hungria, o novato brasileiro acompanhou seu mentor volta após volta, terminando em um impressionante sexto lugar no Sauber e vencendo a votação popular "Piloto do Dia".
Isso trouxe tanta alegria a Alonso quanto sua própria performance e mostrou que ele ainda tem um futuro brilhante na F1 – seja no cockpit ou como um mentor ao estilo de Webber para a próxima geração.