
A pressão da F1 por corridas de duas paradas pode sair pela culatra, alertam especialistas
A busca da F1 por corridas de duas paradas pode sair pela culatra, alertam especialistas
A Fórmula 1 está considerando a obrigatoriedade de corridas com duas paradas nos boxes. No entanto, figuras importantes do paddock e a Pirelli alertam que isso pode levar a menos variedade estratégica e, potencialmente, piorar o espetáculo na pista. A Comissão da F1 discutirá opções como o uso mandatório de todos os três compostos de pneus, limites máximos de stint ou um mínimo de duas paradas. Contudo, equipes e a Pirelli argumentam que forçar duas paradas pode tornar as estratégias muito semelhantes entre o grid, eliminando as variações empolgantes vistas em corridas atuais, como aquelas onde estratégias de uma e duas paradas competem diretamente. Eles sugerem uma abordagem mais holística, focando na degradação dos pneus, no espaçamento dos compostos e na melhoria das ultrapassagens, em vez de regras prescritivas que possam sufocar a criatividade e as batalhas estratégicas.
Por que isso importa:
A F1 visa aumentar o entretenimento abordando a prevalência de corridas de uma parada, frequentemente criticadas pela falta de profundidade estratégica. No entanto, a solução proposta de tornar as corridas de duas paradas obrigatórias pode, inadvertidamente, remover a variação estratégica, tornando as corridas previsíveis e menos emocionantes. Esse debate destaca uma tensão central na F1: como equilibrar inovação técnica e regulamentação esportiva para produzir o melhor produto na pista sem superengenharia de resultados.
Os detalhes:
- Pauta da Comissão da F1: Uma reunião futura discutirá a introdução de regulamentos para garantir corridas de duas paradas, buscando afastar-se do domínio atual das corridas de uma parada.
- Soluções Propostas: Opções incluem tornar obrigatório o uso de todos os três compostos de pneus, definir limites máximos de duração de stint, ou exigir um mínimo de duas paradas por corrida.
- Posição da Pirelli: O engenheiro-chefe da Pirelli, Simone Berra, argumenta que mais regras podem levar a estratégias mais similares entre as equipes, diminuindo o show.
- Ele enfatizou que forçar duas paradas provavelmente resultaria em todas as equipes adotando estratégias quase idênticas, reduzindo a variedade competitiva.
- Resistência das Equipes: O chefe da Racing Bulls, Alan Permane, e o chefe da Williams, James Vowles, concordam que a obrigatoriedade de duas paradas poderia ser um passo atrás, eliminando as batalhas dinâmicas entre pilotos em diferentes estratégias de uma e duas paradas.
- Impacto na Variação: Forçar duas paradas eliminaria os "gambits" estratégicos que levaram a finais emocionantes, como a disputa entre Lando Norris (uma parada) e Oscar Piastri (duas paradas) no Grande Prêmio da Hungria.
- Também eliminaria cenários como a estratégia variada de Max Verstappen com pneus médios/macios no México, que contrastava com os "two-stoppers" de muitos concorrentes.
Entre linhas:
Embora corridas de duas paradas frequentemente ofereçam mais oportunidades para empolgação, os cenários mais envolventes surgem quando as equipes empregam estratégias diversas. Quando um piloto em uma estratégia de uma parada é perseguido por um carro mais rápido em uma estratégia de duas paradas, isso cria tensão genuína. Forçar todos a um cenário de duas paradas remove essa partida de xadrez estratégico. O problema subjacente pode não ser apenas a estratégia de pneus, mas também a dificuldade de ultrapassagem, que incentiva abordagens cautelosas de uma parada para manter a posição de pista.
O que vem a seguir:
Especialistas sugerem que a F1 deve priorizar a melhoria da degradação dos pneus e do espaçamento entre os compostos para incentivar naturalmente estratégias variadas. O chefe da equipe McLaren, Andrea Stella, aconselha prudência, instando a F1 a observar o impacto das mudanças nas regras de 2026 antes de implementar novos regulamentos de pneus.
- Impacto das Regras de 2026: As novas regulamentações para os carros de 2026, que podem facilitar as ultrapassagens e introduzir pneus com maior degradação, podem naturalmente levar a mais corridas de duas paradas sem mandatos explícitos.
- Abordagem Holística: O engenheiro da Pirelli, Berra, sugere focar em aumentar a diferença de tempo por volta entre os compostos de pneus. Isso criaria uma diferença de desempenho mais clara, gerando naturalmente escolhas de estratégia mais diversas e emocionantes, que é, em última análise, o que a F1 busca alcançar.
Artigo original :https://www.the-race.com/formula-1/why-f1-forcing-two-stop-races-risks-making-th...






